É comum que todo mundo que esteja em um relacionamento se sinta inseguro, amedrontado, com milhares de perguntas que envolvam o passado antes de você chegar, o presente ao qual se faz parte e o futuro que não se tem certeza sobre nenhum dos dois – se será um novo passado que se repete, ou o presente que se firmará.
São questões que vamos construindo em nossas mentes, hora com situações que nos favoreçam, hora com fatos que nos causam dor de cabeça, quase como num teste de auto-defesa, onde precisamos desesperadamente criar anticorpos para situações que nunca existiram – e talvez nem existam -, mas que se um dia acontecerem, acreditamos estar preparados para todas as formas de reação frente ao fato.
Essa necessidade de estar sempre “armado” ou “preparado” para a guerra é que faz com que nos identifiquemos com um documentário do Animal Planet, no capítulo intitulado “A caça dos Leões”.
Pense que entrar em um relacionamento significa antes de mais nada, ir à caça da presa ideal para o nosso apetite, para saciar nossa fome de companhia, de carinho, de sexo, de amor, etc.
O leão no meio de uma grande manada de guinus, escolhe aquele que mais o apetece, e a partir dessa escolha passa a rodear a presa, primeiro à distância, e depois, aos poucos vai se aproximando até dar o “ataque” final. Aquele momento em que, no caso de nós humanos, intitula-se como o momento em que a pessoa é capturada e aceita a proposta de namorar.
Durante todo o tempto em que o leão se mantém na degustação da presa, ele é tomado por um medo de ameaça. É esse medo de um inimigo à altura, leões que já vislumbraram essa presa em noutro momento, essa necessidade de defender aquele território demarcando-o, que faz o leão rugir, levantar, preparar-se para a batalha.
E por dias a fio ele fica ali, deitado, ao lado da presa, alerta para que nada aconteça a ela. O rei da savana africana é cercado de súditos que querem derrubá-lo do trono, ou pelo menos deliciar-se com a refeição real.
E mesmo que ele mostre as garras, ande ao redor da presa tentando cercá-la por todos os lados, evitando da maneira como pode essa aproximação alheia, chega o momento em que ele cansa, em que ele precisa deitar e dormir. Suas forças se foram, e toda a voracidade com que estava ha um tempo atrás converteu-se em uma fadiga latente.
Ele se entrega ao cansaço, deixa a posição de rei, de fortaleza para a proteção da sua presa, e dorme. E é no momento do sono que as hienas chegam.
Com sua característica gargalhada de desdém, sua aparência bizarra, odor de bicho traiçoeiro, que vive para roubar aquilo que outros animais se esforçaram para conseguir, elas são incapazes de caçar, não conseguem nada por si mesmas e só sobrevivem dos restos da caça de outros animais.
Às vezes, com um pouco de sorte, enquanto o leão dorme e as hienas se aproximam, aproximam-se vindo dos céus, os abutres. E enquanto abutres e hienas se enfrentam na disputa pela presa ali próxima, o leão, usando da pouca força que ainda lhe resta, consegue lentamente, arrastar dali aquilo que tanto lutou para conseguir. Mas sabe, que onde quer que vá, terá sempre que ser astuto, pois mais cedo ou mais tarde as hienas sempre voltam.
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