sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
O Tempo de Cada Um
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
Relacionamentos São Como Aquelas Tão Sonhadas Férias
E as férias, ah, nem sempre os sonhos são realidade e às vezes o planejamento é sempre melhor que o resultado final.
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
Não Conjugue Três Verbos na Mesma Frase
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Agastamento em que Entra Repulsão e Censura
Indignação: agastamento em que entra repulsão e censura; causar indignação a, irar-se, revoltar-se, dedignar-se.
Você passa a vida sendo você mesmo, mesmo que esse você seja uma cópia de outro, mesmo que sua originalidade esteja baseada numa cópia daquilo que já existe. E daí? Existem pessoas que são ótimas em fotocopiar outras e nem por isso merecem menos crédito. Pensa que é fácil interpretar? Você é você mesmo até quando você está tentando ser você mesmo, pois o tentar é uma característica subjetiva de um eu subjetivo.
Da mesma forma, você passa vida mostrando ao mundo aquilo do seu eu que você quer expor, e não digo que essa exposição de algo que você não é seja uma mentira, porque se num primeiro momento você interpreta uma imagem daquilo que você gostaria de ser, no momento em que essa imagem foi interpretada, ela existiu de uma forma ou de outra, então, você é aquilo que você passa pro mundo, mesmo sendo um teatro de alguém que você talvez desejasse ser – e o é. Complexo? Talvez, mas essa é a imagem que meu eu quer passar daquilo que sou, ou seja, complicado na maneira de redigir meus pensamentos.
Mas o mais chato de tudo isso é o fato de você passar uma imagem ao mundo mesmo não querendo passá-la. Por exemplo, se você não for muito aberto em falar com as pessoas, a imagem que elas terão de ti será exatamente o de uma pessoa que não é tão sociável.
Quer dizer que você é o tempo inteiro, até quando não quer ser. E além de ser o tempo inteiro, você é de forma involuntária, porque o fato de não ser aberto ao contato alheio, não denota uma falta de capacidade de se socializar, mas talvez seja um momento da vida em que você simplesmente não está para o mundo. Só que como “impressões” não trazem consigo explicações – e ainda bem que não, porque o mundo que se exploda, ninguém tem que se desculpar a ninguém por existir em sua subjetividade -, você acaba sendo vitima das ciladas do destino – esse danadinho que vive com a única e exclusiva finalidade de pregar peças em nós, só pelo prazer de nos ver trocar os pés pelas mãos.
Tais ciladas trazem consigo um desgaste mental em tentar mostrar ao “mundo” que existem indagações a seu respeito, ou mesmo que andam concluindo assuntos sobre você, que não condizem com sua subjetividade, ou melhor dizendo, com aquilo que você é. São interpretações recalcadas que não trazem fundamento palpável ou que justifique uma cobrança sobre acontecimentos não previstos, dos quais você não tem a menor capacidade de manipular ou controlar.
É mais ou menos como se de repente algumas pessoa ao seu redor começassem a te questionar – com um ar de “estou apontando o dedo na sua cara e exijo uma explicação” – sobre porque choveu no dia de hoje e você não fez nada a respeito para impedir a chuva de cair.
Parece muito isso? Que nada, aplique no seu dia a dia em situações do tipo: um computador que pifa, uma cantada de alguém de fora quando você tem compromisso, o picolé que derrete mais rápido do que você consegue chupá-lo, manchando o carpete claro. É claro que em todas as situações descritas há uma saída: não ligue nunca mais o PC, não saia de casa e por último, não chupe picolé.
O que acontece em tudo isso é que enquanto situações alheias a você forem motivos suficientes para que tenha que ficar moendo e remoendo explicações às pessoas que te cercam, é porque muito mais do que uma gratuidade no que elas sentem por você, existe uma inconformidade delas no que tange uma aceitação do mundo em que vivemos tal qual é e uma interpretação daquilo que elas quiseram absorver.
Como a própria palavra “interpretar” denota representar um papel, toda atuação só dura enquanto há show. Ou seja, cedo ou tarde é preciso tirar a máscara e voltar pra realidade, enxergando que definitivamente o mundo não está em suas mãos.