segunda-feira, 26 de julho de 2010

Delineando Projetos

Ás vezes falar da vida é algo difícil já que nos momentos em que ela não te passou uma rasteira e te deixou com uma dor na nuca pela conseqüência do tombo, ela te deixa embriagado de alegria por uma série de bons acontecimentos, ou mesmo um só, mas que cedo ou tarde passarão e o que ficará serão somente lembranças de sorrisos congelados em fotos mentais.

Fato, as dores na nuca sempre voltarão, não importa quantos comprimidos para dor muscular, dor de cabeça, enxaqueca ou qualquer que seja a nomenclatura usada, e mesmo que seja uma fase superada – ou não, pois tais dores podem indicar um recalque (s) – fica registrado para sempre o dia em que ver estrelas como nos desenhos animados deixou de ser algo do imaginário infantil, se tornando algo da vida real.

Enquanto a teimosia não nos permite procurar um “médico” que nos ajude a entender como curar essa dor, nos deixamos levar em intervalos irregulares - principalmente nos momentos de felicidade - pelas perturbações de uma fisgada.

É essa dor aguda que faz com que percamos o foco nas metas que traçamos e nos faz parar e às vezes até rever as escolhas, entendendo que um sentimento de insegurança nos percorre os pensamentos, impulsionando um re-pensar dos passos a serem dados, como forma de defesa para evitar que a tal dor na nuca se transforme num traumatismo craniano em caso de a vida resolver te derrubar no chão novamente.

Claro que mesmo vasculhando os pensamentos e fiscalizando um por um procurando falhas ou erros que possam indicar um aumento da probabilidade de uma nova queda, volta e meia, um momento de alegria aqui, uma felicidadezinha acolá, acabam nos distraindo e fazendo-nos mergulhar novamente nas metas traçadas, sem preocupar em terminar a fiscalização.

E aí você vai dormir com aquela sensação de “cada coisa em seu lugar”. Pensando no quanto tem sido gratificante dar um passo após o outro, com alma lavada e ânimo novo para pisar mais firme. Porém, toda essa ilusão provisória em nada ausenta o real problema, cuja as raízes, insistimos em não conhecer.

E pensando bem, tudo bem se um medinho bater à porta da alma, ou uma pontinha da dor voltar. Reavaliar as metas nunca é perda de tempo, pelo contrário, não somente ajuda a encontrar e reparar falhas, como proporciona a capacidade de amadurecer idéias que inicialmente pareciam brilhantes, mas agora, apresentam-se arcaicas e pouco funcionais.

Gosto de pensar que esses planos são como a noite: escuros durante um período, mas não importa se você está acordado ansioso esperando para concretizá-los ou se está dormindo para que o tempo passe depressa, pois uma certeza você tem, o dia sempre amanhecerá e o que antes era somente um vazio em meio à ausência de luz, aos poucos vai sendo extinto por ela, que lentamente delineia os contornos daquilo que toca.

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