sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Terra, Planeta Aff!

Existe um impasse na mente que faz com que passemos horas e horas matutando sem chegar a alguma resposta concreta. Acredito já ter tratado disso aqui em alguns textos, mas como é algo que dá muito pano pra manga, resolvi reportar o assunto, porém colocando-o como ponto principal dessa vez.
Não sei se os inúmeros giros do planeta têm nos deixado meio enjoados e tontos, mas sei que a população está divida em dois grupos bem distintos: os que conseguem não - sei como - manter os pés firmes no chão e acredito, sabem lidar com esse movimento de rotação e translação, e os que como eu, são incapazes de manter-se de pé por muito tempo.
Dotados de uma capacidade extra e meio robótica de lidar com suas vidas, esses seres humanos do primeiro grupo parecem ter raízes profundas e são centrados e fixos em uma meta. Programaram uma vida inteira e, seguindo esse caminho reto sem nem sequer sacolejar muito, conseguem manter-se firmes até cumpri-la.
Nós do segundo, andamos como se estivéssemos meio bêbados, com um frio no estômago na maior parte do tempo, que como conseqüência gera algumas queimações e uma possível futura gastrite nervosa.
E mais do que preocupações diárias, esse estado de tensão ou “desequilíbrio corporal” frente a esse frenesi da mãe terra, não vem de uma capacidade de prever situações ruins, pelo contrário, isso é um dom desse povo aí do primeiro grupo, que consegue prever com sua super intuição todos os possíveis tremores num futuro próximo e distante.
O segundo nem tem 6º sentido, na verdade é quase possível afirmar que eles possuam um sentido a menos ou os 5 natos sejam um pouco deficientes. E intuição é algo que passa longe.
Por isso andamos tanto em círculo. Porque diferente do primeiro grupo que mantém suas raízes crescendo para baixo enquanto a terra gira e gira, o segundo vive de maneira a tentar andar no mesmo sentido da rotação e da translação, e por isso a confusão e tantos tombos. Ninguém consegue acompanhar os dois giros ao mesmo tempo.
Acredito que a questão maior nessa bola flutuante giratória que chamamos terra nos faça pensar é: devo me estagnar como uma árvore que só cresce pra cima não importa se o ano tem 365 ou 366 dias, pois daqui a 100 anos ela sabe exatamente onde estará, ou fico nessa de tentar me equilibrar meio trapezista de circo iniciante, meio alguém que está “semi-ressacado” numa manhã de domingo tentando entender em quê o dia anterior contribuiu para o atual.
Ambos os lados da moeda (mais um círculo...tsc tsc), tem suas vantagens e desvantagens e ambos os lados por mais que pareçam estar em definição certa da posição que ocupam, acabam por transitar para lá e para cá: estar preso em um lugar acarreta intervenções externas, ou seja, não existe um momento de total anulação no nada, como também passar a vida girando e caindo acabe por ser algo previsível, com a diferença de que ninguém planejará cair, mas apenas saberá que isso vai acontecer.
Olha a cabeça dando “voltas”. Ás vezes sente-se uma vontade de gritar: -“Para o mundo que eu quero descer”, e ficar sentado pelo menos durante umas duas horas. Só o tempo de recuperar o fôlego e deixar que os pensamentos misturados pelo balanço voltem para seus devidos espaços no cérebro, e aí sim, pegar seu bilhete de embarque, fazer o chek in e subir novamente para mais algumas voltas ao redor de si, do sol, dos outros.
E num próximo texto quem sabe eu retomo esse assunto porque mais uma vez eu girei, girei, girei e acabei no ponto onde havia começado: sem saber se gosto de ficar levando tombos, mas detestando e achando chata essa idéia de afundar os pés na terra úmida e ficar ali para sempre, deixando que o clima e as estações me mudem ao seu bel prazer, enquanto eu apenas concordo com essas mudanças de forma submissa.

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