domingo, 20 de março de 2011

Veuvida Clicquot Brut

Hoje resolvi que quero dar uma festa. Não é meu aniversário, não é nenhuma data ou feriado nacional especial. Na verdade é uma festa para comemorar o presente que ganhei e ganho todos os dias: o presente.
É como se toda manhã ao acordar eu desembrulhasse mais um dia, sabendo que como todo presente, serei sempre tentado a reagir de alguma forma. Pode ser que ria muito ou me emocione, me surpreenda positiva ou negativamente, mas me foi dado mais um dia, gratuitamente e presente não se recusa ou “cavalo dado não se olham os dentes”.
Então resolvi comemorar em agradecimento à vida, por ser chata e me irritar; e mesmo às vezes, no ímpeto do desespero eu querer tirá-la de mim, no fundo, no fundo eu não consigo, pois sei que nos raros momentos em que ela me ajuda com algo bom – além de me permitir estar vivo -, geralmente explode-me em felicidade que às vezes reverbera por dias inteiros.
A festa será livre e quero junto todos que amo. Também quero opinião sobre a organização da mesma, pois quero que todos sejam co-responsáveis por esse brinde mais que especial. Parafraseando a Arquiteta e Urbanista Renata Rosa “...quero sentir as bolinhas do champanhe fazendo cosquinhas na ponta do nariz...”.
A festa começará quando um enorme laço dourado na porta principal for desfeito. Citando a Arquiteta e Urbanista Lorena Leão “...um grande laço para desembrulhar um novo começo...”. O início de mais um dia grandioso, a abertura de um momento único em si mesmo.
Pronto, está oficialmente marcado o início físico da festa pois, desde sua concepção mental, formou-se uma festa interna em mim e em cada amigo convidado, na ansiedade do que estará por vir, de quem encontrar, do “quero me divertir”.
Uma noite para celebrar as belezas miscigenadas; “...quero me vestir para arrasar, hoje preciso me sentir lindo...” disse certa vez o Artista Plástico Tiago Carvalho. Seguindo de uma consulta ao guarda-roupa, e uma posterior prazerosa escolha de um look para um furor interno de glamour, que de tão intenso, vazou por todo o ambiente e contaminou a todos.
Que a noite não tenha fim, fazendo com que os relógios simplesmente congelem os ponteiros. “...Preciso da eternidade para viver tudo que quero...” contou-me olhando nos olhos em uma sexta de encontros soltos para discussões sobre tudo, a Arquiteta e Urbanista Flávia Nascif.
Que as gargalhadas sejam escandalosas e os olhares iluminados de uma satisfação extra. Quero sentir o cheiro de um amor partilhado, levado pelo ar que entra nos pulmões e convertido em moléculas de plenitude, que quando expelidas, causam uma vontade louca de ficar ali pra sempre e não imaginar que existe um mundo lá fora. Só aquela noite, ali, com todos eles.
Acredito que ninguém faltará, pois as energias que dispersei na tinta da caneta enquanto assinava cada convite, de forma mágica seduzirá a todos que receberão. Sucesso, todos confirmaram!
A música será marcada por um som que como diria a Designer Carol Gomes “...pôs-se a ouvir again, and again, and again....forever again...”. Numa dança descompassada, no compasso dos ritmos subjetivos de cada amigo ali presente, o corpo tenta descrever em movimentos distintos o que o calor do espírito não consegue conter, gerando energia para que as baterias pessoais estejam em pleno funcionamento.
Não existe o fim; a festa jamais acabará! Se o presente terminou de ser desembrulhado, amanhã surgirá outro para que desembrulhe novamente. Motivo para uma nova festa, ou a continuação da anterior. Pois mesmo que haja uma pausa para colocar todo o resto nos eixos, há sempre um burburinho interno que mais tarde vira um estouro de vontade de retomar as taças, encher com um champanhe gelado e brindar com os mesmos convidados da noite anterior, e os novos que a vida trouxe dentro da caixa de presente do dia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário