quarta-feira, 4 de abril de 2012

"Cartaomante"



Listando possíveis coisas que irão acontecer para que talvez assim eu reconheça que sou um ser humano clichê saindo de uma relação clichê.
Porque já é previsível que vou fuçar todos os lugares virtuais por onde você tem andado, na tentativa de conseguir algum indício, prova ou argumento que justifique para mim mesmo a merda que você é por deixar alguém como eu. São nesses momentos que preciso massagear meu ego, levantar minha autoestima e reconhecer que sou foda, por isso cuidado com o que posta, diz ou pensa, pois com toda certeza vou usar tudo contra você. E pelo resto da vida porque sou amargo e guardo rancor... e amor!
Também já sei décor que você sabe que eu vou agir assim e como consequência bolará situações para gerar sentimentos de ciúmes, raivas, e provocações que hipertrofiem seu ego atrofiado. Mas como já sei disso, dessa vez vai ser diferente, vou assistir a tudo e ignorar, porque mudei. Mudei enquanto quiser estar mudado, porque dependendo do que fizer, eu me “desmudo” num instante.
E também vou fingir para sempre que você não existe mais ou nunca existiu. E toda essa tentativa de te apagar da face da terra resultará na ocupação de cada canto dela por uma lembrança sua. Mas minha mente é dessas, ela inventa as coisas para me testar de vez em quando.
Então, sobrevivendo até aqui depois de passar por isso, vou sair à noite pro melhor restaurante, com minha melhor roupa, meu perfume mais cheiroso e desfrutando dos melhores drinques, dos sabores mais requintados e caros, esbanjando poder e evolução na arte de escolher o que a vida tem de melhor, pois você é passado, é da época em que eu me contentava com pouca coisa e achava que essa simplicidade era o segredo da felicidade.
Mas como diz Seu Jorge e Ana Carolina “é isso aí, como a gente achou que ia ser: a vida tão simples é boa, QUASE sempre”.
Você vai perguntar para todo mundo por onde ando, o que tenho feito, com quem saio. Já adianto que estarei mais onipresente do que nunca. Ocupando cada possível lugar público, me cercando de amigos e gente nova que preencha esse buraco de rato que ficou quando você saiu.
Me pego pensando agora, porque não chamei a detetização para eliminá-lo quando tive chance; mas ainda dá tempo de colocar pelo menos uma ratoeira perto de onde você mora.
E vai... vai que a terra é redonda! Hoje você está lá na frente, cabeça erguida, peito estufado e com ar de quem soube bem o que fez; mas amanhã, quando tiver quase completado sua volta da vitória, descobrirá que nessa iminência de alcançar o fim, me verá ao longe à sua frente, cabeça erguida, peito estufado e pleno de que o universo conspirou ao meu favor quando permitiu que você esquecesse da circunferência da vida e acabasse esbarrando atrás de quem você jurou estar à frente.

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