sexta-feira, 31 de julho de 2009

Incandecentes, Fluorescentes e do Aladim

Luz_O que, iluminando os objetos, torna-os visíveis. Candeeiro, lâmpada, vela ou outra coisa acesa. O que ilumina o espírito. Claridade de um astro. Brilho, fulgor. Evidência;
Acredito que a vida seja como as lâmpadas: existem várias, cada uma com suas características próprias de fabricação [brilho, intensidade, vida útil, validade, luminosidade, cor, etc.], mas se resumindo a três tipos básicos, que são as mais conhecidas: incandescente, fluorescente e “do Aladim”.
Assim sendo, apesar de serem apenas três tipos, existem diversos outros fatores que as tornam completamente diferentes, ou seja, apesar de todas exercerem a mesma função (viver/iluminar), cada uma possui uma marca própria, e assume uma identidade particular a partir do meio à qual é inserida.
Para tanto, sabe-se que existem lâmpadas que nasceram para iluminar sozinhas, às vezes clareando pequenos espaços, outras tornam-se capazes de iluminar vãos maiores. Apesar de sozinhas, não são menos importantes do que aquelas que iluminam em parceria. Essas nasceram com esse intuito e aprenderam a lidar com isso.
Do outro lado, existem as lâmpadas solitárias rebuscadas, ou seja, aquelas que ostentam alguma esfera de vidro ou cristal, alguma camada de alumínio que ajuda a espalhar seu brilho, ou aliada a alguma forma que a valoriza. Apesar de camuflada, algumas se deixam seduzir pelo que elas ostentam, sem saber que o deslumbre das pessoas naquele lugar está voltado àquilo que a esconde e não à lâmpada em si. Outras aprendem a lidar com isso, e despertam a curiosidade alheia em saber o que está por detrás daquele objeto de desejo, ou seja, que tipo de lâmpada é usada, e que torna o brilho intenso e atraente.
Há também aquelas lâmpadas que nasceram para viver em conjunto. Elas até são capazes de iluminar sozinhas, mas preferem estar no meio de outras, ou seja, lâmpadas que dividem um mesmo espaço com outras lâmpadas. Elas atuam em trabalhos sociais, constituem grandes famílias, amam os relacionamentos. E existem aquelas que trabalham em conjunto em grandes lustres de pedraria, com direito a viver cercada de requinte e gente importante.
Mas como tudo têm uma validade, um dia toda lâmpada morre. Claro, existem aquelas que simplesmente queimam e são logo substituídas. Existem aquelas que já vêm com defeito de fábrica, ou que simplesmente são descartadas no decorrer do processo de fabricação.
Algumas lâmpadas são tão importantes no espaço em que ocupam, que quando morrem causam “alarde” naqueles que dependiam de seu brilho para continuar vivendo.
Para entender melhor as particularidades de cada lâmpada, temos:
Incandescentes: são aquelas pessoas que levam a vida com intensidade total, ou seja, não são nada econômicas quando o assunto é viver. Iluminam mais que as outras lâmpadas, estão sempre com um brilho amarelado que imita bem o brilho do sol. Elas são lâmpadas quentes, com uma corrente elétrica capaz de fazê-las brilhar por muito tempo. São ansiosas e gostam de tudo a tempo e a hora.
Fluorescentes: são aquelas pessoas mais contidas, econômicas. Que vivem de maneira mais tímida. Não são muito aventureiras como as incandescentes. Mesmo estando cercadas de outras fluorescentes, são lâmpadas frias, de luz branca, mas são ótimas para passar horas sob seu brilho. Às vezes são cansativas, mas em geral são muito confortáveis na maior parte do tempo.
E por último, a “Lâmpada do Aladim”: essas são aquelas pessoas que vivem no mundo da fantasia, ou seja, vivem como se tudo fosse uma mágica. Tudo está sempre a um estalar de dedos. Elas estão sempre fazendo alguma coisa fantástica, nunca são desligadas, pelo contrário, uma vez esfregadas (quando se dão conta de que são gente), libertam o “gênio” [não entenda isso como inteligência] que existe dentro delas e provavelmente nunca mais o deixarão adormecer.
Mesmo adultas, continuam deslumbradas com tudo, e são capazes de acreditar nas próprias mentiras, tamanha a convicção com a qual as elaboram.

Enfim, apesar das subjetividades de cada uma, é preciso entender que, cumprido o tempo de vida útil [ou mesmo que seja abreviado], todas tem sempre o mesmo destino: o aterro sanitário.
Bem mais importante que o final da história, é o início dela. Estamos todos no mesmo supermercado, na mesma seção e prateleira. Apesar de separadas por categorias [religião, cor, raça, sexo, etc.], rotuladas por isso, e por preços diferentes, a função é sempre a mesma e só depende de nós converter esse brilho em luz branca/colorida ou nos tornarmos luz negra.

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